quinta-feira, 25 de junho de 2009

Um banco

O chão sujo e as paredes descascando me pareciam tão mais amigáveis há 2 ou 3 anos... Mas não tem como negar o que todo aquele ambiente representou - e talvez ainda represente - para mim. Para mim e para qualquer um, marcou de alguma forma. Ali eu me fiz, desfiz e me refiz. Fiz amizades, desfiz e refiz. Fiz amores, desfiz, enfim.
Convivi com pessoas que admirei, vi coisas que me fizeram pensar. A liberdade que nos era dada era um teste. Um teste pra vida? Reprovados então, sempre que ouvíamos aquele velho "futebol molquecadinha?".
Aprendi a programar. Aprendi a me programar. Aprendi até a administrar meu dinheiro, a poupar entre os almoços aqueles dois ou três reais que garantiriam o fim de semana em algum show barato. Aprendi que apenas um banco duro e minha mochila serviam (e como!) melhor que muita cama. Aprendi a dar valor a certas coisas, nos pensamentos que tinha durante as viagens de volta para casa, onde ia feito carne enlatada.
Dei risada, dei muita risada.
Conheci o amor pela dor, ou a dor pelo amor. Aprendi, definitivamente, que o tempo não volta.
Joguei presidente na hora do almoço, estendi a conversa até 3 da tarde. Não entraria naquela hora, já faltava pouco tempo para o intervalo. E esse parecia ser o tempo mais apreciado.
Conheci aqueles que seriam música em mim. Conheci, enfim, a vida, em seus defeitos, qualidades, nas diferenças e nas semelhanças. Aquele lugar tinha uma atmosfera diferente.
É bem verdade que hoje as paredes não estão mais descascadas, tampouco o chão é sujo da mesma maneira. Mas sempre que passar por ali vou sentir saudades.

3 comentários:

Thais Xabu disse...

CHOREI!
Só quem passa por lá, sabe o que isso significa.

A maçã no escuro disse...

Emocionante!
O melhor foi seu espírito de fênix e a sua síndrome de mendigo... nada muito grave, ainda bem.
Aprendi a bolar aula como nunca lá, inesquecível!

Antes que eu me perca em ironias: acho que devia apostar em textos de linguagem clara, muito clara. Interesses a parte, andei pensando que textos assim nos desafiam e mostra o quanto realmente escrevemos bem... resolvi escrever aqui pq acho que vou esquecer de te falar isso depois. Beijos e beijos nenem.

A maçã no escuro disse...

Ah... e ter te conhecido foi melhor coisa que me aconteceu por lá. =]